Sistema Local ou na Nuvem

 

A computação na nuvem é vista cada vez mais como um investimento estratégico. Segundo o IDC, o investimento na área deve triplicar até 2026, chegando a 48,6 bilhões de dólares. Já a consultoria Gartner prevê um crescimento anual de 36% apenas na contratação de soluções de infraestrutura como serviço — Infrastructure as a Service (IaaS). Junto com as soluções de Software as a Service (SaaS), podemos ter aí uma nova realidade para o mundo corporativo.

Mas será que um sistema na nuvem é mesmo mais eficaz que os sistemas locais? O que diferencia os 2 tipos de investimento? Confira as respostas para essas e outras perguntas no nosso post de hoje!

As vantagens e desvantagens dos sistemas locais

Os sistemas locais são aqueles que não dependem de uma conexão web para serem executados. Assim, todas as rotinas (armazenamento de dados, processamento de comandos e visualização de informações) são feitas diretamente na infraestrutura disponível para o usuário.

Esses são sistemas suportados por uma estrutura própria on-premises, que é gerenciada pela equipe de TI interna da empresa. Guarde essa característica, pois se trata de um ponto crucial quando discutimos as vantagens e desvantagens do modelo.

As vantagens de um sistema local

Em geral, a maioria das aplicações usadas no ambiente corporativo é desse tipo. A principal vantagem desse modelo está no fato de os recursos não precisarem de uma conexão web para serem funcionais, mas podem ser acessados por usuários que estão fora da empresa ou em escritórios remotos por meio de VPNs (Virtual Private Network) ou publicando as aplicações para a Web

Além disso, os sistemas locais fornecem um alto controle ao gestor tecnológico, que passa a contar com as ferramentas que um CEO tem disponíveis para o gerenciamento do negócio. Assim, do processo de instalação à criação de rotinas de segurança digital, será possível avaliar qual é a melhor forma de manter a ferramenta de acordo com seu perfil.

Se, por um lado, isso amplia parte dos custos necessários para a implementação, por outro, esse fator também pode ser crucial para empreendimentos que trabalham com dados sensíveis.

As desvantagens de um sistema local

Na verdade, grande parte das desvantagens dos sistemas on-premises, pontos que os colocam abaixo de soluções de nuvem, tem a ver com a flexibilidade de investimento e a segurança. Confira quais são suas características em relação a esses quesitos!

Investimento

A infraestrutura de TI local exige um investimento inicial bem maior e muito mais planejamento por parte dos profissionais com poder de decisão dentro da empresa. Nesse caso, o estudo de viabilidade precisa levantar um inventário tecnológico atual e, a partir dele, prever as necessidades de expansão de computação para o futuro.

O resultado de um investimento malfeito é sempre a subutilização de um gasto desnecessário ou, ao contrário, uma atualização insuficiente para atender à demanda produtiva, criando assim a necessidade de outra compra onerosa para o negócio. Isso acontece porque há pouca flexibilidade na gestão da estrutura on-premises.

Outro exemplo é que a maioria dos sistemas locais possuem licenças permanentes, ao contrário dos modelos de cloud computing, em que o investimento é feito por meio de assinaturas.

Dessa forma, a companhia precisa gerenciar e atualizar a licença sempre que necessário. Tem-se, aí, um problema a mais para a TI se preocupar, já que a migração para novas versões exige a aquisição de uma nova licença.

Segurança

A segurança é um ponto interessante nesse comparativo, porque são muitos os diretores que costumam pensar que, na nuvem, os dados da empresa estão mais vulneráveis. Na verdade, porém, com a tecnologia de cloud computing disponível hoje, essa ideia não poderia ser mais mentirosa.

Aplicações locais estão mais sujeitas a problemas causados por vulnerabilidades nos sistemas do usuário. Afinal, se uma máquina estiver infectada, um malware pode comprometer as políticas de segurança da ferramenta para capturar ou modificar informações privadas. Isso não acontece em aplicações de cloud computing, uma vez que o processamento dos comandos é feito em um data center.

Os ambientes em cloud computing, na sua grande maioria, são auditados e certificados por instituições globais que atestam que as melhores e mais rigorosas práticas para garantir a confidencialidade dos dados estão sendo aplicadas.

Quando a empresa conta com boas parcerias no gerenciamento e fornecimento de nuvem, ganha um suporte ativo de equipes especializadas em segurança.

Assim, toda a função de atualização de sistemas, monitoramento da rede e gerenciamento de acessos fica a cargo deles. Com isso, seu setor de TI pode deixar rotinas desnecessárias de lado, voltando-se a novas implementações tecnológicas que tenham foco mais estratégico.

Os prós e contras dos sistemas na nuvem

Os sistemas na nuvem são aqueles que não são executados localmente, mas sim em uma plataforma de cloud computing. Esse modelo de contratação ganhou força nos últimos anos, com a popularização da computação remota e o uso de dispositivos móveis no ambiente corporativo para acessar recursos e sistemas profissionais.

O ponto de partida de um modelo como esse é a troca de investimento em bens de capital (CAPEX) por investimento em serviços (OPEX). Nesse caso, os recursos são contratados na modalidade de serviço (IaaS, PaaS ou SaaS), em vez de ser adquirida e implementada internamente. Acompanhe, a partir de agora, o que pode ser considerado vantagem e desvantagem no uso dessa solução!

Vantagens do sistema na nuvem

Da mesma forma como fizemos para o sistema local, separamos aqui as maiores vantagens que fazem da nuvem uma ótima solução em quesitos importantes para a administração tecnológica em um negócio. Confira!

Investimento

Ao contrário dos métodos tradicionais de contratação usados por sistemas locais, na nuvem, o pagamento pelo acesso aos recursos é feito sob demanda. Tais modelos são conhecidos como SaaS, IaaS e PaaS.

Conforme o número de usuários ou de funções é modificado, o valor da assinatura paga para a prestadora de serviços é automaticamente alterado, adequando a oferta à demanda por processamento, conexão e armazenamento — dá-se a essa característica o nome de elasticidade. Ao contrário dos sistemas locais, em que esse equilíbrio fica por conta de uma previsão de mercado, na nuvem, a empresa nunca gasta mais ou menos que o ideal.

Segurança

Como também já comentamos, a segurança em um ambiente de nuvem é garantida pelo provedor ou gestor do contrato. Se essa negociação for feita com cuidado, o SLA é adequadamente definido para prazos, responsabilidades e planos de ação em caso de comprometimento de dados sensíveis.

Nesse cenário, uma equipe de segurança especializada cuida exclusivamente das atualizações e do monitoramento do sistema, o que se traduz em mais controle na distribuição de credenciais, backups automatizados e manutenção de históricos de modificação.

Em caso de anomalias no sistema, é possível saber a origem da ameaça, o caminho percorrido e os dados afetados. Partindo daí, fica muito mais fácil resolver e recuperar a empresa de um possível desastre.

Desvantagens do sistema na nuvem

A maior parte das desvantagens da cloud computing vem de contratos ruins ou parcerias com pouca qualidade na entrega do serviço. Nesses casos, os problemas mais comuns surgem em forma de indisponibilidade do sistema com uma frequência maior que o desejado, bem como de instabilidades relacionadas a um desempenho inferior da estrutura contratada.

Administrar ambientes em cloud computing requer um nível de conhecimento diferente do aplicado na gestão de ambientes locais, por isso é importante contar com uma equipe especializada para evitar problemas como:

  • incorreta utilização dos recursos que estão disponíveis;
  • custos desnecessários que comprometem o orçamento estimado;
  • baixa performance devido indevido dimensionamento.

Como o objetivo da nuvem é dar mobilidade e objetividade à operação e à administração de uma empresa, esses contratempos são cruciais para determinar a produtividade que toda a equipe consegue alcançar no longo prazo. Por isso, é fundamental escolher o melhor modelo e a melhor parceria tecnológica na hora da migração.

Os principais tipos de sistemas na nuvem

Agora que você já conhece as maiores vantagens e desvantagens do modelo cloud, chegou a hora de pensar sobre o que significa encontrar o melhor tipo de nuvem para sua empresa.

Já vale reforçar que, embora seja simples de adotar, a cloud computing não é uma solução única, padronizada. Na verdade, ela pode se adaptar a seu estilo de negócio, a seu perfil de gerenciamento e às suas necessidades tecnológicas. Para você ter uma ideia, conheça agora mesmo os 3 formatos principais de nuvem!

Nuvem pública

A nuvem pública é o modelo mais usado por empresas do mundo todo por oferecer um bom equilíbrio entre desempenho, customização e investimento. Aqui, o provedor de serviços na nuvem (CSP) compartilha sua estrutura com vários clientes, com isolamento completo entre cada um.

Ao distribuir os servidores dessa forma, é possível diluir custos, inclusive passando essa economia para os clientes. Ao mesmo tempo, mantém-se a segurança e garante-se flexibilidade na oferta de recursos.

Nesse modelo, a nuvem é completamente elástica. Assim, o cliente pode economizar ao diminuir sua oferta de armazenamento e computação em tempos de crise, bem como aumentá-la quando precisar atender a uma demanda atípica ou sazonal. Em caso de grande crescimento, aliás, uma boa nuvem pública dá total suporte à escalabilidade do serviço, atendendo a mil ou 10 mil clientes com a mesma facilidade.

Nuvem privada

O que diferencia uma nuvem pública de uma privada é quem mantém a estrutura que suporta a cloud computing. Nesse caso, a própria empresa ou uma parceira de gerenciamento cria a nuvem, usando para isso os servidores e equipamentos já adquiridos internamente.

Normalmente, são as grandes empresas que buscam esse tipo de solução. Isso porque elas já têm a infraestrutura, mas querem usufruir das vantagens que a computação remota é capaz de trazer para o negócio — principalmente em relação à mobilidade e à disponibilidade do sistema.

A nuvem privada também permite mais customização, já que o sistema é criado do zero para atender a um ambiente corporativo específico. Como é de se imaginar, o investimento é mais alto, assim como o peso sobre a equipe de TI interna é maior, mas o controle sobre o sistema acaba sendo um pouco mais vantajoso para quem precisa desse tipo de solução.

Nuvem híbrida

Como o próprio nome já revela, a nuvem híbrida é uma junção dos outros 2 modelos, integrados em um único sistema.

Nesse caso, é comum que a empresa use uma estrutura própria para armazenar e gerenciar dados mais sensíveis e aqueles que precisam de um acesso mais rápido e controlado. Enquanto isso, a nuvem pública serve tanto para a produtividade quanto para o uso de licenças no modelo SaaS.

A escolha da melhor opção

O uso da computação na nuvem tem sido propagado por vários especialistas como a solução para os problemas tradicionais do ambiente corporativo. E não é por menos! A cloud se tornou uma das melhores alternativas para negócios que buscam uma forma inovadora de licenciar seus serviços de TI e maximizar sua performance, principalmente quando tais ferramentas são comparadas com os sistemas locais.

Um dos fatores que diferenciam os sistemas na nuvem das ferramentas locais é sua disponibilidade. Por padrão, essas soluções podem acessadas de qualquer ponto, desde que contem com uma conexão web ativa.

Nas soluções locais, isso só é possível por meio de VPNs ou da criação de uma interface web, o que pode encarecer a manutenção do sistema e complicar a criação de rotinas operacionais com alta mobilidade.

A segurança de dados também é um fator que diferencia tais soluções. No caso das ferramentas locais, caberá ao gestor de TI configurar todo o ambiente computacional, definindo as políticas de controle de acesso e impedindo que vulnerabilidades em outros sistemas interfiram na privacidade do usuário.

Como consequência, as rotinas de segurança digital se tornam mais complexas — sempre que detectada uma nova brecha de segurança, a companhia deve avaliar se a falha não afetou os serviços de TI de todo o negócio.

Já no caso das ferramentas executadas em ambientes de computação na nuvem, grande parte dessas rotinas é de responsabilidade do prestador de serviços.

A configuração de controles de acesso ao data center, a execução de políticas de backup e o monitoramento da infraestrutura são feitos por especialistas da área. Consequentemente, o tempo gasto para solucionar problemas de segurança pelo time de TI interno diminui. Assim, a empresa pode direcionar recursos para outras atividades críticas, como a criação de regras de controle e a definição de políticas de usuários personalizadas.

O sistema na nuvem também é mais fácil de ser instalado e configurado que aplicações locais. Nesse modelo, bastam alguns cliques para que gestores consigam disponibilizar novos recursos aos usuários. Além disso, enquanto a assinatura estiver ativa, o negócio conta com a última versão disponível para uso.

Por fim, ambas as soluções se diferenciam pelos modelos de negócio usados para sua contratação. No caso dos aplicativos locais, o pagamento é feito uma única vez, por todo o sistema. Já no caso da nuvem, em que os preços tendem a ser menores, a companhia paga sob demanda e os custos de manutenção são divididos entre todos os usuários.